Recebemos, com perplexidade e indignação, em 9 de julho do presente ano, o anúncio de sanções comerciais a serem aplicadas ao Brasil pelos Estados Unidos justificadas de forma pífia e com argumentos vis, as quais referenciam-se em fatos políticos dotados de imprecisão acerca de um processo legal ainda em curso1 - com base em indícios sérios de crime. As medidas apresentadas pelo presidente estadunidense Donald Trump traduzem um flagrante desrespeito à soberania brasileira.
Suas alegações afirmam que as relações comerciais entre os dois países são deficitárias para os EUA, no entanto, os dados evidenciam que o Brasil tem registrado déficits comerciais seguidos com os Estados Unidos nos últimos 16 anos. Nesse período, as vendas americanas ao Brasil superaram suas importações em US$ 90,28 bilhões - considerando os números até junho de 2025. Trump reporta-se ainda à censura de plataformas de mídia e interferências ilegais do Brasil nas eleições nos EUA, contudo, conforme o presidente do Supremo Tribunal Federal “chamado a decidir casos concretos envolvendo as plataformas digitais, o STF produziu solução moderada, menos rigorosa que a regulação europeia, preservando a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, a liberdade de empresa e os valores constitucionais”.
